terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"Monstra" em Fortaleza expõe as muitas pátrias da HQ independente

Bandes dessinées. Fumetti. Tebeos. Mangá. Muñequitos. Comics. Comiczeichnungen. Historietas. Banda desenhada. Diferentes formas de dizer, ao redor do mundo, o que no Brasil conhecemos como histórias em quadrinhos. Diferentes propostas visuais e narrativas daquilo que se denomina Comix, termo usado para definir quadrinhos independentes.

Aqueles que, na maior parte das vezes, fogem do conhecimento até de quem muito curte gibis, mas que podem ser vistos com riqueza de detalhes até fevereiro de 2009 logo ali, no Centro de Fortaleza.


Estamos falando aqui da "Monstra Comix", exposição organizada pelo Núcleo Aetz Produção Cultural (http://www.orkut.com/Main#Profile.aspx?uid=14258415608625743465) e que ocupa os quatro andares do Sobrado Dr. José Lourenço, à rua Major Facundo, 154. A exposição foi inaugurada dia 22 de novembro, com a proposta de ser um recorte da produção independente contemporânea mundial de quadrinhos.


O quadrinho independente surgiu nos anos 60 e fez desta mídia uma expressão artística. Ao contrário do que acontecia até a década anterior, quando os gibis não eram mais que simples meios de entretenimento. A "Monstra Comix" ajuda a contar um pouco dessa história com uma grande riqueza de material. A entrada para a exposição é grátis. Mas mesmo que o ingresso fosse cobrado, não teria dinheiro que pagasse a qualidade do acervo reunido.


Ao todo são 44 artistas representados por trabalhos originais e pranchas ampliadas. Do total, sete são cearenses, 17 de outros Estados brasileiros e 20 de países como África do Sul, Bélgica, Estados Unidos, Finlândia, França, México e Suíça. Praticamente todos os artistas estrangeiros participantes jamais tiveram seus trabalhos publicados no Brasil. Não é por acaso, então, que esta é a maior exposição de HQ já realizada em Fortaleza.


E além de promover um intercâmbio entre autores de quadrinhos independentes de diferentes nacionalidades, a exposição reserva espaço para alguns destaques. Um deles é o cearense Marcus Francisco, já falecido, cujos trabalhos fazem parte da mostra (ou melhor, Monstra) e sua rara publicação "Tipo Blocomagazine", está sendo relançada no evento.


Três artistas contam com salas especiais dedicadas às suas obras. O carioca Alberto Monteiro, que é considerado o mais influente nome da produção independente nacional dos anos 90; o desenhista gaúcho Rafael Sica, por sua maneira singular de produzir tiras; e o português José Carlos Fernandes, autor da premiada série A Pior Banda do Mundo.


Outro grande mérito do evento é a disposição de lançar publicações independentes durante o período em que a exposição estiver aberta ao público. Destaque para o cearense Saulo Tiago, estreante em termos de produção de quadrinhos que acaba de lançar a publicação Revólver. Para obter mais informações sobre como lançar seu material, entre em contato com o Artz através do e-mail nucleoartz@gmail.com.


E quem pensa que a "Monstra Comix" termina aí, se engana. E muito. Os responsáveis pela produção e curadoria (Weaver Lima, Franklin de Oliveira e Érica Zoe, do Núcleo Artz procuram trazer atividades paralelas para agitar ainda mais a exposição. Entre as quais, palestras e debates com autores de quadrinhos e mostra temática de filmes. Confira a seguir o superanimado bate-papo que a Seqüencial teve com os responsáveis pela exposição.